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A inteligência artificial (IA) é uma das tecnologias mais disruptivas do século XXI, com o potencial de transformar fundamentalmente a forma como as empresas e as pessoas operam em todos os setores da economia. No entanto, a IA também traz consigo uma série de desafios éticos, sociais e legais que precisam ser abordados por meio de uma legislação que regulamente seu uso.
Uma das questões mais urgentes que a regulamentação da IA pode abordar é a segurança e privacidade dos usuários. A IA é frequentemente alimentada com dados pessoais dos usuários, muitas vezes coletados sem seu conhecimento ou consentimento. Esses dados podem ser usados para fins mal-intencionados, como espionagem, assédio, manipulação e discriminação. Além disso, a IA pode ser usada para atacar sistemas de computador e outras infraestruturas críticas, representando uma ameaça significativa à segurança nacional e global.
A regulamentação da IA também pode ajudar a garantir a responsabilidade civil em casos em que a IA é usada para tomar decisões que afetam diretamente a vida das pessoas. Por exemplo, a IA pode ser usada em sistemas de justiça criminal, avaliações de crédito, diagnósticos médicos e outras áreas onde a precisão e a justiça são fundamentais. No entanto, esses sistemas podem ser vulneráveis a erros, preconceitos e discriminação, o que pode levar a danos graves e injustiças. Portanto, a regulamentação da IA deve estabelecer diretrizes claras para garantir que os sistemas de IA sejam projetados e usados de maneira responsável e justa.
Outro problema significativo que a regulamentação da IA pode abordar é a transparência e a explicabilidade dos sistemas de IA. À medida que a IA se torna mais sofisticada e autônoma, torna-se cada vez mais difícil para os usuários entenderem como os sistemas de IA tomam decisões e a lógica por trás dessas decisões. Isso pode levar a uma falta de confiança no sistema, especialmente quando a vida das pessoas está em jogo. A regulamentação da IA deve exigir que os sistemas de IA sejam transparentes e explicáveis, para que os usuários possam entender como as decisões são tomadas e avaliar se elas são justas e precisas.
Além disso, a regulamentação da IA pode ajudar a garantir a igualdade de oportunidades. A IA pode ser usada para automatizar processos seletivos e avaliações de desempenho, mas esses sistemas podem ser influenciados por preconceitos e discriminação inconscientes. A regulamentação da IA pode estabelecer normas para garantir que os sistemas de IA sejam projetados e usados de maneira justa e imparcial, sem preconceitos e com igualdade de oportunidades para todos.
Por fim, a regulamentação da IA pode estimular o desenvolvimento responsável da tecnologia. Com regras claras e definidas, os desenvolvedores de IA podem se sentir mais seguros para investir em pesquisas e desenvolvimento de novos sistemas, sabendo que estão agindo dentro das normas estabelecidas. Isso pode ajudar a acelerar o avanço da tecnologia como um todo.
Autora:
Gisele Truzzi, advogada especialista em Direito Digital, CEO e sócia fundadora de Truzzi Advogados